Mellos: dinheiros públicos, dinastia privada
Estudar o Grupo Mello não nos ensina apenas da transição que este teve da indústria ás PPP - é também a história da economia portuguesa
É quase impossível escrever a história do capitalismo português sem falar da família Mello. Hoje são a referência da saúde privada em Portugal com a CUF, mas como demonstra a sigla, não começaram nesse setor. A Companhia de União Fabril remonta a 1898, começando a destacar-se em setores como os adubos, produzidos a partir de matérias primas vindas de Cabo Verde, Guiné e Angola. Por volta de 1930, com 16 mil operários no Barreiro, era a maior empresa da Península Ibérica. Em 1942 morre o fundador Alfredo da Silva e o genro, Manuel de Mello, passa a dirigir o grupo. Os Mellos foram se sucedendo na liderança do grupo em expansão, chegando à indústria química, construção, têxteis, naval, entre outros setores. Em paralelo, eram criados hospitais, escolas e outros serviços para as famílias dos trabalhadores; esses hospitais foram a semente da CUF de hoje.
Pela altura do 25 de Abril de 1974, a CUF (industrial) era responsável por 4% a 5% do PIB português e “no leque das empresas contava-se a Compal, a Tabaqueira, a Lisnave, a Setenave, os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a Fisipe, a Soponata, a Companhia de Nacional de Navegação, o Banco Totta & Açores e a Companhia de Seguros Império”. Na forma de atuar, os Mellos lembravam mais os Zaibatsu japoneses e Chaebol coreanos do que os grupos empresariais no Ocidente.
A sequência da revolução dos cravos levou às nacionalizações, e os Mellos partiram para o exílio, regressando, definitivamente, em 1981. Voltaram a recompor o império, mas este tomaria outra forma, ou melhor duas formas.
Passam a haver dois grupos Mellos, um de Jorge Mello, que é hoje a Sovena, do agronegócio; o outro de José de Mello, dos hospitais CUF, entre outras coisas. Aqui vamos focar-nos no segundo, o seu percurso reflete melhor a história do capitalismo em Portugal.
Quando pensamos em grandes empresas portuguesas, podemos pensar nos impérios de supermercados construídos no pós 25 de Abril como o Continente detido pelo grupo Soane ou em algum banco, mas como esperamos demonstrar aqui, nunca devemos perder os Mellos de vista.
OS MELLOS SEGUNDO OS MELLOS
Os Mellos constituem o mais próximo de uma dinastia empresarial que Portugal tem para dar. As narrativas que constroem com apelos à origem do grupo, fundador e sucessores; um certo trato aristocrático – discretos em público, talvez porque não precisem de chamar a atenção para serem ouvidos, tendem a falar em entrevistas (aqui e aqui); uma simbiose quase perfeita entre a família e o negócio: “Quando o meu avô Manuel pediu em casamento a minha avó Amélia, filha de Alfredo da Silva, o meu bisavô respondeu-lhe que tinha autorização de casar com a filha, mas que casaria também com a CUF”; um lema “Os Mello falam pouco”; uma série de valores que atribuídos à família “o país antes do mais, trabalho, noção de serviço...”; decisões estratégicas sobre o futuro tomadas em assembleias do clã.
E claro, um mito fundador, ou melhor, dois mitos fundadores. O primeiro – os grandes empresários que trouxeram a revolução industrial ao país; o segundo – os bons empresários que perderam quase tudo no PREC e do nada voltaram a pôr-se de pé.
ENTRA MELLO SAI MELLO
Um hábito do grupo Mello no pós 25 de Abril são entradas e saídas em vários setores. O Banco Mello foi criado em 1991, integrado em 2000 no BCP, sendo a participação vendida em 2007. Em 2006 entra no capital da EDP, alienando a posição minoritária em 2014.
No ano 2000, entra na industrial Efacec, em 2006 aumenta a participação, mas em 2015 vende a maior parte a Isabel dos Santos. Com a queda de graça da empresária angolana em 2020 o Estado português nacionaliza a empresa, com o grupo Mello a recusar qualquer hipótese de fazer parte da solução, ficando sossegado enquanto o Estado injeta vários milhões na empresa. Quando tudo estiver estabilizado pelo Estado, poderá calmamente decidir o que fazer com os 14% que detém. A lista prolonga-se e a narrativa repete-se: os Mellos entram num setor, e depois de alguns anos retiram-se e seguem em frente. Em casos como o da Efacec, não ficam bem na fotografia, mas conseguem por regra não ser assunto público.
A TRINDADE DOS MELLOS
Os três pilares em que o Grupo Mello se tem mantido consistentemente são a saúde, que ficou definitivamente com o nome CUF, a concessão de estradas, com a Brisa, em que reduziu a participação recentemente, e a indústria química, com a Bondalti.
O negócio da saúde é, como o próprio nome indica, uma atividade que cresce à sombra da degradação do Serviço Nacional de Saúde. Entre Parcerias Público Privadas e hospitais próprios, é o negócio em que o Grupo Mello cresce ano após ano. No setor público, cada centro de saúde subfinanciado, profissional de saúde sem condições e filas de espera para cirurgias são uma oportunidade de negócio para o grupo Mello, num setor em que é destruída a lógica de serviço público da Saúde para dar espaço ao mercado, onde, como exemplo de lógica parasítica, até abril deste ano ainda eram cobradas taxas Covid.
A Brisa (agora encabeçada pelo antigo ministro da economia da era da Troika, António Pires de Lima) gere auto estradas públicas – como a A1, A2, A5 – em regime de concessões & Parcerias-Público-Privadas e recolhe os lucros disso. Entre as provas da Brisa ser um serviço público entregue a um privado, acresce o fisco a usar recursos e legitimidade pública para, em nome da brisa, cobrar dívidas de portagens.
Na hora da quebra de receitas, o negócio conta com fundos públicos. Assim foi na primeira metade da década passada, em plena intervenção da Troika, com a crise económica a reduzir o tráfego automóvel, e de novo na altura dos confinamentos em 2020.
Entre os financiadores notáveis da Brisa, está o Banco Europeu de Investimento, um banco público que, em teoria, financiaria investimentos estratégicos. Ao bom jeito neoliberal, financia uma empresa privada, para esta depois poder extrair rendas ao Estado, em vez de colocar o dinheiro no setor público logo à partida.
Seguindo as teses da gestão moderna, o Grupo Mello aposta nas sinergias entre negócios. Recentemente, o Estado travou a subida do preço das portagens ao transferir dinheiro do Orçamento de Estado para os cofres da Brisa. Assim, o Estado nega fundos a serviços públicos como o SNS, abrindo espaço para a saúde privada dos hospitais CUF, e em paralelo, o dinheiro segue para o negócio da Brisa.
Recentemente, com a Brisa vendida a um trio da Suíça, Coreia do Sul e Países Baixos, os Mellos mostram a sua versatilidade; não só conseguem extrair rendas do Estado português, como também conseguem ser intermediários para vender esse direito a capitais estrangeiros.
A exceção acaba por ser a Bondalti da indústria química, que ao contrário da Industrial Efacec, não foi abandonada pelos Mellos. Em números de faturação, não é muito diferente do Grupo Delta, fundado por José Nabeiro. Em certo sentido, Nabeiro foi um pouco o que os Mellos são, e muito do que gostavam de parecer - o capitão da indústria ligado às causas sociais.
OS MELLOS E OS ISÓPODES
Os isópodes, também conhecidos como “piolhos comedores de língua”, são parasitas que invadem o organismo dos peixes e bebem o sangue que seria destinado à língua. Com o corte da irrigação, a língua morre e o isópode substitui-a, ficando na boca do peixe.
Esta situação pode durar até ao fim da vida do peixe, mas o isópode pode também facilitar a entrada de outros parasitas e acabar prematuramente com a vida de ambos.
Os Mellos hoje são os isópodes da economia portuguesa. Não só o seu modelo de negócio é baseado em parasitar o Estado, como é evidente na CUF e na Brisa, como estes abrem o espaço para capitais estrangeiros participarem na pilhagem aos recursos públicos portugueses.
Este modelo de negócio é sintoma dos tempos atuais. Remontando aos feitos passados, quando os Mellos mostram o seu orgulho na industrialização do país, esquecem convenientemente a relação difícil que tinham com os trabalhadores e a proximidade com o Estado Novo.
O crescimento do grupo foi à luz da política do condicionamento industrial, em que a economia se encaixava nas opções políticas do regime salazarista (onde podemos ver pontos comuns com países como a Coreia do Sul) e foi marcado por episódios como a ocupação do Barreiro por um Comando Militar de 1943 a 1947, em resposta a uma onda grevista.
Hoje, a relação com o Estado é diferente; em vez de o usar para agredir e disciplinar trabalhadores, os Mellos parasitam-o. Quer na saúde quer nas autoestradas, absorvem o papel do Estado a troco de rendas, mas nunca sem deixar depender deste para garantias e financiamentos.
E como visto na Brisa, os Mellos agem como facilitadores de investidores estrangeiros que também desejam parasitar o Estado português. Enquanto esses estrangeiros podem não ter o mesmo capital político que os Mellos para arrancar concessões ao setor público, o grupo é feliz com o papel de intermediário, controlando a empresa na primeira fase da privatização, lucrando depois com a venda a capitais estrangeiros.
A forma de agir dos Mellos não é muito diferente da de António Champalimaud no Totta, outro industrial do pré 25 de Abril virado parasita do setor público. Na altura da reprivatização do Banco Totta, Champalimaud bateu o peito para a privatização não deixar o banco cair em mãos espanholas - centros de decisão nacionais era algo em que a burguesia portuguesa ainda mostrava interesse. Depois de umas voltas e o banco ser-lhe quase entregue, Champalimaud vende-o precisamente às mãos espanholas do Santander. A venda foi concluída e um escândalo nacional; hoje os Mellos safam-se do escrutínio com artimanhas parecidas.
OS MELLOS E A POLÍTICA
Não há dúvidas que os Mellos se identificavam com o Estado Novo, e hoje não é difícil saber com quem têm afinidades.
Quando o assunto de uma entrevista a algum líder do Grupo Mello chega à política, os argumentos não são muito diferentes dos de um troll do Twitter: “Temos um modelo muito baseado na distribuição de rendimentos e menos na produção de riqueza”, “Temos Estado a mais, temos um nível de impostos que nem é possível nem é sustentável.”, “São precisas reformas profundas que permitam ao país produzir mais, atrair investimento, atrair indústria para Portugal”.
Convenientemente, as entrevistas não entram em grande detalhe sobre quais as reformas a fazer, ou tal como apontado por Ricardo Pais Mamede, o termo serve mais para esconder o que se quer dizer do que para tornar mais claro. Quando são claros nas intervenções, pensam mais na sua vida cosmopolita com estudos na Suíça do que no contexto português, propagando o mito da emigração fiscal.
Com uma retórica que encontrávamos na ala direita do PSD e no CDS há uns anos, e hoje na Iniciativa Liberal e no Chega, os Mellos falam de um socialismo em abstrato. Um socialismo que sufoca os negócios e atrasa o país. Crucialmente, para os Mellos, o socialismo é apontado como a fonte de todos os males do grupo, a razão pela qual o grupo nunca voltou a reconstituir-se ao mesmo nível do pré 25 de Abril.
Apesar da governação das últimas décadas, quer pelo PS quer pelo PSD, ter sido uma série de iniciativas liberais, e o próprio Mário Soares já em 1975 lhes ter estendido a mão, os Mellos (e não só) falam a partir de um universo alternativo em que as duas maiores figuras de Estado das últimas décadas são Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Gonçalves.
O EUROMELLISMO
Como muitos apontaram, na altura da entrada na Comunidade Europeia e no Euro, esta seria um golpe à competitividade e subordinaria a economia portuguesa aos interesses dos países mais poderosos da Europa.
Dito e feito. Vivemos quase 40 anos de integração europeia, 25 de moeda única, uns quantos de programas de ajustamento, e o planeamento económico em Portugal quase desapareceu. Resta uma amostra de indústrias e o crescimento económico assente em actividades como o turismo.
À superfície, podíamos lamentar as dificuldades do grupo Mello em reconstituir um aparelho industrial - apanhado numa conjuntura económica desfavorável, só lhe resta parasitar o Estado. No entanto, como visto acima, o grupo aponta armas a um conceito nebuloso de socialismo asfixiador de negócios, não para a Europa que atira a economia portuguesa para o turismo e a especulação imobiliária.
Os Mellos reconhecem lealdade à Europa, e tiram proveito com a influência desta em três vetores.
Em primeiro, com a financeirização - a grande abertura da economia portuguesa a capitais estrangeiros, explorada em termos macro no livro de João Rodrigues, Ana Cordeiro Santos, Nuno Teles - o grupo Mello pôde mais facilmente apostar em operações alavancadas (altos níveis de dívida) para financiar boa parte das aquisições. Depois, na hora dos Mellos abandonarem a empresa, um comprador estangeiro é sempre uma opção atrativa.
Em segundo, com as liberalizações e privatizações, atividades como a concessão de autoestradas da Brisa passaram a estar abertas ao setor privado.
Por último, com o estrangulamento dos recursos do Estado, especialmente pronunciado durante a intervenção da Troika, mas ainda hoje bem presente, o setor público deteriorou-se e a saúde privada ganhou espaço.
Apesar dos caminhos acima terem sido traçados dentro de Portugal, o impulso foi europeu. Na hora de depositar as lealdades políticas, os Mellos sabem com quem podem contar e a origem dos seus obstáculos - quer agora, quer antes do 25 de Abril, estão à esquerda (por exemplo, aqui e aqui).
A LISNAVE
Para quem já conhece o grupo Mello, por esta altura do texto deve notar a ausência de referências à Lisnave. A Lisnave merece um lugar destacado quando queremos analisar os Mellos, já que conta a transição operacional destes - da origem, como barões da indústria caça-grevistas, para o presente, como parasitas dos serviços públicos do Estado.
Inaugurada em 1967 com capitais estrangeiros e portugueses, em especial dos Mellos, os estaleiros da Lisnave em Cacilhas foram feitos a pensar no tráfego de petroleiros internacionais. Em poucos anos empregava dez mil trabalhadores e em 1971 inaugurou a maior doca seca do mundo, dando-lhe o nome “Alfredo da Silva”, fundador do grupo.
As relações com os trabalhadores são tão cordiais que, passadas duas semanas do 25 de Abril, estes substituem a Comissão Interna da Empresa por uma Comissão Provisória da Delegados, bem antes do verão quente. Por via das nacionalizações de outras empresas, o Estado acaba dono de uma parte da empresa.
Na mitologia de quem lamenta o 25 de Abril, é aqui que a empresa degenera. Entre o Estado e os sindicatos, o valor da empresa é destruído, restando hoje uma amostra do que já foi, não em Cacilhas, mas sim em Setúbal com 500 trabalhadores.
Nessa mitologia falta uma peça essencial. Citando diretamente o deputado do PCP Vicente Merendas, no ano 2000, sobre acontecimentos de 1976: “com a nomeação do Sr. José Manuel de Mello como presidente do Conselho da Administração, por responsabilidade directa do Governo PS de então, que exigiu que o representante do Estado, com 33% do capital social da empresa, desse o seu voto favorável à reeleição do Sr. Mello que continha 17,4% do capital social. A partir daqui a política desenvolvida conduziu a que funções vitais da Lisnave fossem autonomizadas, através da constituição de empresas associadas” (nosso negrito).
De seguida, como relatado pelo deputado, a Lisnave torna-se num veículo para a reconstrução do grupo Mello, sendo explorada a nível de tecnologia, quadros, tesouraria, ou, nas palavras do deputado, uma "vaca leiteira" do resto do grupo Mello. Nos anos 90 sucedem-se os projetos de reestruturação e no ano 2000 o grupo Mello livra-se da empresa, enquanto o Estado injeta dinheiro para cobrir prejuízos.
DA FÁBRICA À PARCERIA-PÚBLICO-PRIVADA
Logo à partida, podemos afastar a reconstrução do grupo Mello a partir “do nada” no pós 25 de Abril. Apesar dos Mellos terem sido descapitalizados com a revolução dos cravos (se ignorarmos as indemnizações que receberam), o poder político que estes tinham foi rapidamente recuperado. As conexões com capitais internacionais mantiveram-se, e ativos como imóveis continuaram a estar à disposição para alimentar o regresso à vida empresarial.
Em segundo, o 25 de Abril coincidiu com uma crise económica internacional. Citando João Martins Pereira: “Basta ver todos esses projectos para imaginar o enorme «buraco» em que estes ilustres industriais se teriam visto, caso as suas empresas não tivessem sido nacionalizadas: face à conjuntura internacional (...) sabemos hoje que tais projectos vieram num momento errado, isto é, as grandes dificuldades por que todos passaram nada têm que ver com as nacionalizações”.
Ou seja, na ausência das nacionalizações do 25 de Abril com aspirações socialistas, na melhor das hipóteses, as empresas de grupos como o Mello teriam sido nacionalizadas na mesma, na pior, beneficiado de generosos apoios públicos.
Em terceiro, podemos traçar, com a transformação dos Mellos, a viragem do pós 25 de Abril em Portugal. Do grupo que necessitava do Estado para domesticar operários e concorrência, mas que baseava o crescimento em processos que expandem a capacidade produtiva de um país, passa para o grupo que precisa do Estado para extrair rendas, degenerando a economia pelo caminho.
E é aqui que os Mellos se tornam interessantes como objeto histórico: enquanto vários grupos do pré 25 de Abril são hoje uma fração do que foram (Champalimaud) ou acabaram por colapsar (Espírito Santo), os Mellos são os sobreviventes da economia salazarista.
Quase em jeito de elogio, podemos dizer que o grupo Mello se destaca pela sua capacidade de adaptação, sendo bem sucedido numa altura em que o caminho para o lucro era a fábrica e também numa em que, com a economia condicionada pelo abraço europeu, a fórmula vencedora é parasitar o Estado.
Assim, a história dos Mellos das últimas décadas consegue ser um reflexo da economia portuguesa. Apesar de continuar funcional e crescer em certa medida, já não são os grandes projetos e as convergências com os países mais desenvolvidos que trazem os sucessos, mas atividades mais simples e de pouco valor acrescentado, das rendas do Estado ao turismo.
O modelo liberal-rentista instalou-se, eclipsando as possibilidades de um pós 25 de Abril democrático com o Estado virado para um verdadeiro desenvolvimento.
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