1 Comentário

Parece-me que esta tentativa de trilhar o caminho do meio peca por cair no que os anglo-saxonicos denominanm por "false balance".

A critica ao eco-modernismo parece assentar fundamentalmente na assercao teorica de que "nao e possivel have crescimento ilimitado num mundo finito":

Tenho aqui alguns problemas com este conceito a levantar:

1 - na sua forma mais simples, tenta argumentar que a prosperidade economica em termos fisicos, consiste numa captura do mundo fisico para a esfera de controlo humano atraves do sistema economico. Ora a fisica diz-nos que materia = energia, assim sendo tudo isto pode ser visto do ponto de vista de fluxos energeticos e desse prisma, a sociedade Humana esta muito longe de capturar o total de energia com que o planeta e bombardeado.

2 - Outro problema que eu vejo e que do ponto de vista Marxista, e o trabalho humano que cria valor. Portanto, em abstracto, os limites ao crescimento da economia humana nao sao limites fisicos mas sim limites de Humanos - pelo menos enquanto o paradigma que ensaio no ponto 1 se mantiver valido.

3 - Por fim, temos ainda a ficcao cientifica: so faz sentido falar dos "limites fisicos do planeta" enquanto a civilizacao humana nao puder viajar no espaco sideral.

Tenho ainda outra objeccao a levantar a este problema teorico que e um paralelo da dita teoria economica: a teoria economica diz que no abstracto, baseado nos primeiros principios da lei de oferta/procura, o subsidio de desemprego deveria causar desemprego porque cria um incentivo para reduzir a procura de emprego. De um ponto de vista teorico abstracto a teoria e inatacavel, a sua consistencia interna e excelente. O problema deste conceito teorico abstracto e o seu choque com a realidade realmente existente e a observacao empirica que por muito que os economistas neoliberais torturem os dados, nao conseguem encontrar esse tal desemprego alimentado por subsidios conforme previsto pela teoria.

Por outro lado, do ponto de vista do decrescimento economico aponto o exemplo do Japao: ha decadas que o Japao, fruto das suas politicas migratorias e economicas vive um fenomeno de estabilidade economica - ou estagnacao como alguns lhe apelidam. O Japao, envelhece, e a sua populacao esta em declinio suave, isto reflecte-se em crescimentos economicos anemicos que ocorrem em paralelo com uma manutencao dos padroes de qualidade de vida da sua populacao.

A primeira vista, isto parece-me uma sociedade que segue, grosso modo, o preceitos do estabilizacao economica prescrita pelos decrecionistas, no entanto nao se detecta qualquer melhoria em termos de sustentabilidade ambiental.

Quero deixar uma ultima nota. Parece-me um contra-senso falar em transicao para uma economia verde negando o crescimento economico conforme ele e entendido pela teoria economica actual: a transicao necessaria que ai vem implica grandes projectos de construcao, de coisas, construcao fisica - or isto implica usar materiais e coisas e acima de tudo implica muito trabalho Humano para a erguer. Qualquer que seja a perspectiva de como o cresciemento economico e gerado, esta transicao para uma econimia verde so se fara, por definicao, com recurso a crescimento economico.

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