Tenho para mim que entre as causas da ascensão do Chega estão:
1) O aumento vertiginoso da desigualdade na sociedade portuguesa que é ostensivamente exposta por todo o lado e que provoca;
2) A proliferação de péssimos media e de jornalismo de baixo nível;
3) A reação adversa estimulada pelo outro diferente, que sempre houve, mas é agora mais aguda por força do grande afluxo de estrangeiros diferentes nos usos e costumes;
4) A falta de vergonha de um dirigente partidário em assumir o papel de amplificador do que o povinho pensa e sempre pensou (recordo a célebre expressão "do que isto precisava era de um Salazar em cada esquina!").
Interessante analise. Adiciona pistas adicionais para perceber a ascencao da Extrema Direita no conceito especifico portugues.
Ha outro fenomeno interessante que eu vi na analise dos numeros no site Comissao Nacional de Eleicoes.
Se se comparar a serie de dados percebe-se que desde 2017, o grosso do crescimento eleitoral do Chega tem sido feito nao a "roubar" directamente votos de outros partidos com assento parlamentar mas sim a mobilizar eleitorado outrora abstencionista. A abstencao em Portugal desceu significativamente em Portugal desde 2017 e ha uma correlacao boa entre o numero absoluto de eleitores extra que se deslocaram agora as urnas e o numero absoluto de votos que o Chega ganhou.
Nao deixa de ser ironico que ha decadas que eu ouco os partidos ditos "tradicionais" da democracia a lamentarem-se com a decrescente mobilizacao do eleitorado portugues (sem os ver depois tomar medidas efectivas, antes pelo contrario, contrariar esse fenomeno) e depois constatar que os tais desejos foram agora atendidos pelo eleitorado... Noto tambem que de 2017 a 2024 (em 2025 houve uma ligeiro aumento de abstencao e noto, concomitantemente uma desaceleracao no crescimento do numero de votos no Chega) continuo a ouvir este discurso da crescente abstencao em Portugal quando a realidade dos numeros radicalmente desmente essa narrativa.
O "Correio da Manhã" de 20 de maio citou José Luís, um homem de Albufeira que não votava desde a eleição da Assembleia Constituinte e em 2025 saiu de casa para votar no Chega contra os "partidos do sistema".
Um artigo muito interessante, mas com algumas falhas na revisão. Por exemplo, o concelho ribatejano chama-se "Constância" e não "Constança".
Olá. Obrigado pelo reparo, está corrigido agora.
Tenho para mim que entre as causas da ascensão do Chega estão:
1) O aumento vertiginoso da desigualdade na sociedade portuguesa que é ostensivamente exposta por todo o lado e que provoca;
2) A proliferação de péssimos media e de jornalismo de baixo nível;
3) A reação adversa estimulada pelo outro diferente, que sempre houve, mas é agora mais aguda por força do grande afluxo de estrangeiros diferentes nos usos e costumes;
4) A falta de vergonha de um dirigente partidário em assumir o papel de amplificador do que o povinho pensa e sempre pensou (recordo a célebre expressão "do que isto precisava era de um Salazar em cada esquina!").
Just my two cents.
"A proliferação de péssimos media e de jornalismo de baixo nível"
Mais uma vez digo e mais uma vez se prova: a televisão privada foi um tamanho tiro no pé para Portugal. Agora estamos a pagar.
Interessante analise. Adiciona pistas adicionais para perceber a ascencao da Extrema Direita no conceito especifico portugues.
Ha outro fenomeno interessante que eu vi na analise dos numeros no site Comissao Nacional de Eleicoes.
Se se comparar a serie de dados percebe-se que desde 2017, o grosso do crescimento eleitoral do Chega tem sido feito nao a "roubar" directamente votos de outros partidos com assento parlamentar mas sim a mobilizar eleitorado outrora abstencionista. A abstencao em Portugal desceu significativamente em Portugal desde 2017 e ha uma correlacao boa entre o numero absoluto de eleitores extra que se deslocaram agora as urnas e o numero absoluto de votos que o Chega ganhou.
Nao deixa de ser ironico que ha decadas que eu ouco os partidos ditos "tradicionais" da democracia a lamentarem-se com a decrescente mobilizacao do eleitorado portugues (sem os ver depois tomar medidas efectivas, antes pelo contrario, contrariar esse fenomeno) e depois constatar que os tais desejos foram agora atendidos pelo eleitorado... Noto tambem que de 2017 a 2024 (em 2025 houve uma ligeiro aumento de abstencao e noto, concomitantemente uma desaceleracao no crescimento do numero de votos no Chega) continuo a ouvir este discurso da crescente abstencao em Portugal quando a realidade dos numeros radicalmente desmente essa narrativa.
O "Correio da Manhã" de 20 de maio citou José Luís, um homem de Albufeira que não votava desde a eleição da Assembleia Constituinte e em 2025 saiu de casa para votar no Chega contra os "partidos do sistema".