A semi-periferia e os carros elétricos chineses
A Espanha mostrou as potencialidades de parcerias com a indústria chinesa
Ontem Pedro Sanchez reconheceu que a China superou o modelo de produção a baixos custos ao elogiar os carros elétricos chineses “francamente avançados”.
O presidente do Governo da Espanha espanhol, um país da periferia europeia, também afirmou que a UE deve reconsiderar as tarifas sobre veículos chineses e tenta receber mais investimento deste país nesse setor.
A posição espanhola não é uma novidade total. Com o crescimento da China e o aumento das tensões entre China-EUA-UE, alguns países têm tentado capitalizar da sua posição semi-periférica. O México é um exemplo disso e Espanha parece estar a jogar o mesmo guião.
Tal como Portugal, Espanha tem potencialidades energéticas de que tem tentado tirar partido para intensificar a sua relação com a China. Nas suas posições externas, dentro do quadro europeu, tem sido um dos países menos hostis ao país conduzido por Xing Jinping. Pelo caminho, esta abertura também pode superar as fragilidades do seu modelo económico dependente do turismo.
Como argumentamos no nosso texto “Portugal deve desenhar um plano para fabricar carros eléctricos chineses”, o nosso país tem de passar de relações amigáveis que tem a sua origem em privatizações desastrosas para o país. Existe a oportunidade de seguir para um ciclo de cooperação que promova a modernização do tecido económico nacional, tirando assim partido de um setor empresarial Chinês - este com cada vez mais capacidades tecnológicas e uma pujança para chegar à primeira linha dos mercados internacionais.
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